Terminou hoje o Congresso do PSD, onde foram eleitos os órgãos nacionais do PSD, propostos por Pedro Passos Coelho, conforme o mesmo fez questão de deixar bem claro quando, à hora dos telejornais, anunciou os nomes dos seus compagnons de route nos órgãos do partido laranja.
Foi um Congresso típico e sem alma, pois o PSD está no poder e, quando está no poder e os seus boys e as suas girls estão com óptimos jobs nos órgãos do aparelho de Estado, ou à frente de empresas públicas, as várias tribos unem-se em torno do seu líder, e os Congressos são normalmente pacíficos. A grande nota digna de realce foi a presença de Paulo Portas, líder do CDS, na cerimónia de abertura do Congresso, e que provocou a indignação de Alberto João Jardim.
Mas o que foi digno de realce foi o discurso de Pedro Passos Coelho na cerimónia de encerramento do Congresso, discurso esse que ficou marcado por uma grande dose de demagogia barata a ver se engana os portugueses e se lhe atira com mais areia para os olhos.
No discurso de encerramento, Pedro Passos Coelho veio dizer que os portugueses estão a compreender perfeitamente os sacrifícios que lhes estão a ser impostos, que o esforço que estão a fazer vai valer a pena, e que 2013 vai ser o ano em que se vai verificar a retoma da economia portuguesa.
Trata-se de um discurso recorrente, assente numa estratégia de demagogia barata e de obstinada mentira, discurso esse que já se encontra esgotado e já não tenho paciência para o ouvir.
Com efeito, a grande maioria dos portugueses não compreende os sacrifícios que lhes estão a ser impostos por este (des) Governo PSD/CDS, que, quando ambos os partidos estavam na Oposição, disseram que jamais os iriam implantar, e que chumbaram o PEC IV com o argumento que isso seria deixar o País a pão e água.
A grande maioria dos portugueses, para além de não compreender minimamente o garrote financeiro a que está a ser submetida, conta diariamente os tostões para saber se, com o pouco que sobra dos seus vencimentos, têm dinheiro para pôr comida em cima da mesa, pagar as contas da água, do gás e da electricidade, para comprar os medicamentos que necessitam, ou para pagarem uma consulta médica num Centro de Saúde ou num Hospital Público.
A grande maioria dos portugueses apercebe-se que o esforço que está a fazer não vai valer a pena coisa nenhuma, porque, para além de reputados e considerados economistas virem dizer que Portugal certamente irá necessitar de mais um pacote de ajuda externa, o que vai implicar ainda mais austeridade - algo que este Governo nega -, dificilmente o País recuperará dos verdadeiros desmandos praticados pelos Governos que têm governado o País.
Desmandos esses que começaram nos Governos de Aníbal Cavaco Silva, em que, para além de uma desastrada opção de adesão à moeda única quando Portugal não estava nem de perto nem de longe preparado para aderir ao euro, e cujos resultados estão bem à vista, a troco de avultadas quantias vindas de Bruxelas, Portugal liquidou com a sua agricultura, com as suas pescas, e com a sua industria. E que continuaram nos Governos de António Guterres, onde se gastou o que se tinha e o que não se tinha e se criou a mentalidade de que não era necessário trabalhar, pois haveria sempre dinheiro para tudo e para todos, de Durão Barroso e Paulo Portas, de José Sócrates, e que continuam com este Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, que mais não é do que um mero comissário político da troika.
Donde é inútil e falacioso vir-se dizer que o esforço vai valer a pena e que 2013 vai ser o ano da retoma da economia, pois, para além de serem necessários alguns anos para que Portugal se volte a endireitar, para que tal aconteça é necessário fazer-se uma profunda mudança do sistema político, das políticas e dos políticos.
Pedro Passos Coelho, no discurso de encerramento do Congresso do PSD, mais não fez do que debitar demagogia barata, a ver se engana os portugueses. Só que são cada vez menos os portugueses que se deixam enganar pelos políticos. Com excepção daqueles que precisam dos políticos para terem os seus empregos.
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