O "Correio da Manhã", que mais não é do que um mero boletim oficial do actual Ministério da Justiça, publicou uma notícia, segundo a qual José Magalhães, anterior Secretário de Estado da Justiça no Governo de José Sócrates, teria comprado com dinheiros públicos objectos maçónicos para decorar o seu gabinete.
O próprio José Magalhães não negou a notícia, tendo todavia dito que o custo desses mesmos adornos foi meramente simbólico, e que pouco pesou ao erário público.
Sou completamente contra que um membro do Governo, seja ela Ministro, Secretário de Estado, Assessor ou Chefe de Gabinete decore o seu gabinete ao seu gosto pessoal com dinheiros públicos, pois trata-se de dinheiro obtido à custa dos nossos impostos.
Imaginse-e que sempre que mudava o Governo, cada membro do Governo decorava o seu gabinete de trabalho ao seu gosto pessoal, e sempre mediante recurso a dinheiros públicos. Quanto é que isso não custaria ao País?
Daí que condene veementemente a atitude de José Magalhães, de ter decorado o seu gabinete com objectos alusivos à Maçonaria, pagos com dinheiros públicos, conforme o mesmo confessou. E que, em nome da transparência, entendo que José Magalhães deveria repôr nos cofres do Estado tudo aquilo que gastou com a decoração do seu gabinete de trabalho, por mais simbólico que tenha sido o gasto.
Mas será que foi só José Magalhães o único a esbanjar dinheiro no Ministério da Justiça? E ainda que José Magalhães e Alberto Martins, conforme foi noticiado recentemente pelo "Correio da Manhâ", tinham uma série de avultadas verbas destinadas a despesas de representação e de refeições, e que foram abusivamente usadas? Porque é que não se fala de todos os gastos sumptuosos que foram efectuados por todos aqueles que integraram a equipa do Ministério da Justiça no último Governo de José Sócrates, da qual fazia parte o cunhado da actual Ministra da Justiça?
Será que Alberto Martins e José Magalhães foram os únicos a prevaricarem no Ministério da Justiça? Ou será que mais alguém prevaricou e que agora não convém que se saiba? Quais as razões pelas quais João Correia, cunhado da actual Ministra da Justiça, se demitiu do cargo de Secretário de Estado no anterior Governo de José Sócrates? Essa demissão nunca esteve bem explicada.
Post Scriptum - Com este artigo não estou a defender o anterior Governo, do qual sempre fui um acérrimo crítico e opositor, nem a fazer qualquer espécie de defesa de Alberto Martins e de José Magalhães. Quero, como Português e como Advogado inscrito no Sistema de Acesso ao Direito, saber o que é que se passou no Ministério da Justiça, e quem é que andou a usar em seu bel prazer dinheiros públicos. Ou seja, dinheiro de todos aqueles que pagam impostos para sustentar este Estado parasitário e despesista.
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