Pedro Passos Coelho veio anunciar que o PSD, caso seja Governo, está na disposição de proceder a um novo aumento de impostos, aumentando a taxa máxima do IVA para 24% ou para 25%. Tal anúncio foi feito precisamente no dia seguinte ao chumbo do PSD (e dos restantes partidos da Oposição) ao PEC IV, que contemplava um novo aumento de impostos. Situação que originou a demissão de José Sócrates do cargo de Primeiro-Ministro.
A relutância do PSD ao aumento dos impostos sempre foi um cavalo de batalha do PSD. Recorde-se que quando Pedro Passos Coelho foi eleito líder do PSD, disse que o PSD jamais daria o seu aval a medidas que aumentasem os impostos, como também disse que o PSD não iria viabilizar o Orçamento de Estado para este ano, porque tal Orçamento acarrectava consigo um aumento da carga fiscal.
Porém, fruto das circunstâncias, e devido a pressões internas, Pedro Passos Coelho teve que ceder nas promessas que fez de não aumentar os impostos. Foi assim que o PSD viabilizou o PEC II, o PEC III e o Orçamento de Estado para o corrente ano, PECS e Orçamento esse que continham significativos e brutais aumentos de impostos.
Pedro Passos Coelho recusa a viabilização do PEC IV, que continha um novo aumento de impostos, dizendo, na sequência do que disse Cavaco Silva no seu discurso de posse, que há limites para pedir sacrifícios aos portugueses. Porém, volvidas 24 horas sobre o chumbo do PEC IV, Pedro Passos Coelho diz que se o PSD for Governo, aumentará o IVA em 1 ou 2 pontos percentuais.
Trata-se mais uma das muitas cambalhotas políticas dadas por Pedro Passos Coelho desde que chegou à liderança do PSD, dizendo uma coisa, e fazendo precisamente o seu contrário. Tais cambalhotas políticas em nada o beneficiam, fazendo com que o mesmo perca a pouca credibilidade que ainda tinha, e dando trunfos de mão beijada a José Sócrates que, melhor do que ninguém, sabe explorar até à exaustão as fraquezas e as gaffes dos adversários.
Escrevi aqui neste mesmo blogue um artigo sobre a eleição de Pedro Passos Coelho para a liderança do PSD. Disse que a eleição de Pedro Passos Coelho para lider do PSD poderia ser uma lufada de ár fresco na política portuguesa, porque Pedro Passos Coelho há muito que estava afastado da política activa, tendo-se afastado da mesma por não se rever no caciquismo, no compadrio, no carreirismo e no tráfico de influências que reina na política em Portugal, e que fazem com que a mesma esteja completamente desacredita.
Pedro Passos Coelho poderia, como líder do PSD, modificar o sistema no qual ele não se revia e com o qual se incompatibilizou, levando-o a afastar-se da política. E eu, que não sou do PSD, nem para lá estou em trânsito, tive esperança que Pedro Passos Coelho, juntamente com outras forças políticas e com independentes, pudesse construir não só uma alternativa de poder não socialista a este vergonhoso Governo socialista, como também, em conjunto com outras forças políticas e com a ajuda de independentes, construísse uma alternativa válida a este sistema podre, obsoleto e caduco em que vivemos.
Porém, eu, e certamente que muitos outros, rapidamente me desiludi com Pedro Passos Coelho. Desiludi-me quando ele deu a mão por 3 vezes a este Governo, cujas políticas desastrosas levaram Portugal para o abismo em que se encontra, e do qual só por milagre se salvará, como me desiludi quando 24 horas após o PSD ter chumbado o PEV IV, que contemplava um aumento de impostos, o seu líder vem anunciar um novo aumento de impostos.
Pedro Passos Coelho, para além de ser mestre em cambalhotas políticas, foi das maiores desilusões políticas dos últimos tempos, pois, no curto espaço de um ano, delapidou todo o capital político e o estado de graça em que se encontrava. Mas o suicídio político e a desilusão política é frequente no PSD. É algo que já não me surpreende
Destacados militantes do PSD de Coimbra, cujos nomes não revelo, disseram-me, por mais que uma vez, que Pedro Passos Coelho era um José Sócrates, versão PSD. E que um Governo PSD liderado por Pedro Passos Coelho pouco ou nada teria de diferente do actual Governo.
Têm inteira razão esses militantes do PSD da minha cidade. E quem se lixa com isso é Portugal, que não há meio de se livrar de Governos intoleráveis e de Oposições lamentáveis.
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